Pensamentos...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Rosh Hashaná

(Foto: homem toca o shofar, importante símbolo do Rosh Hashaná).



É dia de dizer Shana Tová, ou “bom ano”. Segundo o calendário judaico, entramos nesta segunda-feira (29) no ano 5.769. Para os judeus, é tempo de refletir e se arrepender dos pecados.

“Na festa de Réveillon, geralmente se entra no ano novo com os pés, dançando e comemorando. No Rosh Hashaná (Ano Novo judaico, que comemora o dia em que Deus criou o mundo), entramos com a cabeça, ou seja, pensando”, compara Sergio Feldman, professor de História Antiga e Medieval da Universidade Federal do Espírito Santo, em entrevista ao G1.

Portanto, em vez de pular sete ondinhas e brindar com champanhe, a comemoração do Rosh Hashaná é mais focada na introspecção e na reflexão. E cai na entrada do outono (no hemisfério norte) porque, segundo Feldman, “é o momento de encerrar as colheitas e prestar contas”. Os dez dias entre o Ano Novo e o Yom Kipur (Dia do Perdão) servem justamente para que cada um pondere suas ações. E o jejum, praticado neste dia, ajuda a elevar o espírito.
Rosh Hashaná (em hebraico ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no judaísmo. Dentro da tradição rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo mês no calendário bíblico.

A Torá refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá Levítico 23:24), pelo que os judeus caraítas seguem esta data mas não o consideram como princípio do ano.

Já a literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da árvore da ciência do bem e do mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de instrospecção e meditação de dez dias ( Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur, um período no qual se crê o Criador julga os homens.

Calendário do ano novo judaico
Ano hebraico Início (depois do entardecer)
5763 6 de setembro de 2002
5764 26 de setembro de 2003
5765 15 de setembro de 2004
5766 3 de setembro de 2005
5767 22 de setembro de 2006
5768 12 de setembro de 2007
5769 29 de setembro de 2008


Tradições e costumes
A comemoração é efetuada durante os dois primeiros dias de Tishrei conforme o costume pós-exílico para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades da Diáspora.

A celebração começa ao anoitecer na vespéra com o toque do shofar. É costume se comer certos alimentos representativos durante o Rosh Hashaná como maçãs com mel e açúcar para representar um ano doce. Durante a tarde do primeiro dia se realiza o tashlikh, um costume de recitar-se certas preces e jogar pedras ou pedaços de pão na água como um símbolo da eliminação dos pecados.





Shana tova - "Um bom ano".
L'shaná tova tikatevu - "Possam vocês serem inscritos para um bom ano".
L'shaná tova tikatevu v'tehateimu - "Possam vocês serem inscritos e selados para um bom ano".

sábado, 27 de setembro de 2008

Verdade "versus" alucinação

O culto pegava fogo. O frenesi do povo crescia, estimulado por um pastor quase grisalho, engravatado e bastante brilhantina nos cabelos. Mesmo acostumado a ambientes pentecostais, estranhei o exagero dos gestos e das palavras. Concentrei-me para entender o que o pastor dizia em meio a tantos gritos. Percebi que ele literalmente dava ordens a Deus. Exigia que honrasse a sua Palavra e que não deixasse “nenhuma pessoa ali sem a bênção”. Enquanto os decibéis subiam, estranhei o tamanho da sua arrogância. A ousadia do líder contagiou os participantes. Todos pareciam valentes, cheios de coragem. Assombrei-me quando ouvi uma ordem vinda do púlpito: “Chegou a hora de colocarmos Deus no canto da parede. Vamos receber o nosso milagre e exigir os nossos direitos”. Foi a gota d’água. Levantei-me e fui embora.Os ambientes religiosos neopentecostais se tornaram alucinatórios porque geram fascínio por poder e pela capacidade de criar um mundo protegido e previsível. Por se sentirem onipotentes, buscam produzir uma realidade fictícia. Para terem esse mundo hipotético, os sujeitos religiosos chegam ao cúmulo de se acharem gabaritados para comandar Deus. É próprio da religião oferecer segurança, mas os neopentecostais querem produzir garantia existencial com avidez. Em seus cultos, procuram eliminar as contingências, com a imprevisibilidade dos acidentes e os contratempos do mal. Acreditam-se capazes de domesticar a vida para acabar com a possibilidade de seus filhos adoecerem, de as empresas que dirigem falirem e de se safarem caso estejam em ônibus que despenca no barranco. Almejam uma religião preventiva, que se antecipa aos solavancos da vida. Imaginam-se aptos para transformar a aventura de viver em mar de almirante ou em céu de brigadeiro. Acontece que essa idéia de um mundo sem percalços não passa de alucinação. Por mais que se ore, por mais que se bata o pé dando ordens a Deus, o Eclesiastes adverte: “O que acontece com o homem bom, acontece com o pecador; o que acontece com quem faz juramentos acontece com quem teme fazê-lo” (9.2).Mas a pergunta insiste: por que os cultos neopentecostais lotam auditórios e ganham força na mídia? Repito, pelo simples fato de prometerem aos fiéis o poder de controlar o amanhã, eliminar os infortúnios e canalizar as bênçãos de Deus para o presente. Quando oram, pretendem gerar ambientes pretensiosamente capazes de antever quaisquer problemas para convertê-los em fortuna e felicidade.Esta premissa deve ser contestada. Pedir a Deus para nunca se contrariar, ou para ser poupado de acidentes, significa exigir que ele coloque os seus filhos em uma bolha de aço. A vida é contingente. Tudo pode ocorrer de bom e de ruim. Uma existência sem imprevisibilidade seria maçante. O perigo da tempestade, a ameaça da doença, a iminência da morte fazem o dia-a-dia interessante.A verdade não produz necessariamente felicidade. Verdade conduz à lucidez. O delírio, porém, tranqüiliza e gera um contentamento falso. Muitos recorrem à religião porque desejam fugir da verdade e se arrasam porque a paz que a alucinação produz não se sustenta diante dos fatos.Cedo ou tarde, a tempestade chega, o “dia mau” se impõe e o arrazoamento do religioso cai por terra. Interessante observar que Jesus nunca fez promessas mirabolantes. Como não se alinhou aos processos alienantes da religião, ele não garantiu um mundo seguro para os seus seguidores. Pelo contrário, avisou que os enviaria como ovelhas para o meio dos lobos e advertiu que muitos seriam entregues à morte por seus familiares. Sem rodeio, afirmou: “No mundo vocês terão aflições”.Quando o Espírito conduziu Jesus para o deserto, o Diabo lhe ofereceu uma vida segura, sem imprevistos. As três tentações foram ofertas de provisão, prevenção e poder, mas ele as rechaçou porque as considerou mentirosas. O mundo que o Diabo prometia não existe.Porém as pessoas preferem acreditar em suas ilusões. Fugir da crueza da vida é uma grande tentação. Em um primeiro momento, parece cômodo refugiar-se da realidade, negando-a. É bom acreditar que a riqueza, a saúde, a felicidade estão pertinho dos que souberem manipular Deus.O mundo neopentecostal se desconectou da realidade. Seus seguidores vivem em negação. Não aceitam partilhar a sorte de todos os mortais. Confundem esperança com deslumbre, virtude com onipotência mágica, culto com manipulação de forças esotéricas e espiritualidade com narcisismo religioso.Os sociólogos têm razão: o crescimento numérico dos evangélicos não arrefecerá nos próximos anos. Entretanto, o problema é qualitativo. O rastro de feridos e decepcionados que embarcaram nessas promessas irreais já é maior do que se imagina.A demanda por cuidado pastoral vai aumentar. Os egressos do “avivamento evangélico” baterão à porta dos pastores, perguntando: “Por que Deus não me ouviu?” ou “O que fiz de errado?”. Será preciso responder carinhosamente: “Não houve nada de errado com você. Deus não lhe tratou com indiferença. Você apenas alucinou sobre o mundo e misturou fé com fantasia”.

“Soli Deo Gloria”.

Ricardo Gondim é pastor da Assembléia de Deus Betesda no Brasil. Este artigo foi publicado na Ultimato do bimestre

Um Jumentinho na Avenida: A missão da Igreja na Ótica de um pastor Urbano
Numa cidade moderna do século XXI, em face das mudanças psicológicas, sociológicas, tecnológicas e culturais por que passa a nossa época, qualquer pastor, com a sua teologia bíblica e sua experiência mística, mostra-se tão anacrônico[1] quanto um jumentinho na avenida. Ele trafega calmamente, ruminando as suas limitações pessoais, arrastando uma carroça (chamada igreja) cheia de objetos velhos e móveis usados, em meio à velocidade e ao barulho de motocicletas, automóveis, ônibus e caminhões.Fiel e preciso, ele repete as atividades dos jumentos de todos os tempos. O que carrega na carroça interessa a muito pouca gente, mas o seu anúncio anacrônico é triunfalista. Ele expõedados estatísticos ultrapassados e pesquisas desusadas para convencer o homem da cidade de que nada existe de melhor no mundo do que ser jumento e nada mais vital e atual do que uma carroça.Sua visão da cidade e do século é propositadamente limitada e pessimista. Com suas viseiras bem ajustadas, ele insiste em afirmar que o burburinho e a agitação da cidade o impedem de trafegar e que os modernos automóveis à sua volta é que são os grandes problemas da avenida. E vai criticando as pessoas que não querem voltar às soluções “asnais” e “carroçáveis”.Este artigo é justamente a reflexão de um “jumentinho na avenida” que tenta tirar as viseiras, mas em perder a identidade. Se ele não pretende embarcar na onda de pessimismo nostálgico dos companheiros, também não pretende esconder, num esforço visível, as suas orelhas de asno. Deseja apenas encontrar o seu lugar na complexidade do século em que vive.À medida que tira a tala que limita o seu olhar, o jumentinho começa a observar, a inquietar-se, incomodar-se a perguntar... E, começa a observar, a inquietar-se e incomodar os outros. Percebe que tem mais perguntas do que respostas, mais perplexidades do que soluções. Trafega dialeticamnete. Empurra e é empurrado, atrapalha e é atrapalhado, provoca e é provocado na complexa realidade da avenida.De repente ele começa a perceber qeu a cidade não é feita só de avenidas e que ela abriga também outros jumentos que puxam outras carroças não eclesiásticas. Então deixando a avenida e rumando pelos caminhos, ruelas, vias de chão batido apinhadas de barracos, casebres, favelas, seu interesse vai aumentando e ele começa a descobrir que os inúteis trastes de sua carroça são objetos preciosos para uma massa pobre que constitui, para surpresa sua, a imensa maioria de sua cidade.Nesse novo lugar ele se reafirma, reencontrando a alegria e a dignidade de ser jumento. No entanto, a lembrança da avenida ainda o incomoda e, apesar do novo sentido, surgem algumas perguntas. O que fazer com a avenida? Será preciso parar o tráfego? O que fazer com o século XXI: não deveria ser transformado numa imensa Idade Média, onde jumentos pudessem passear confortavelmente? E a carroça, será preciso motorizá-la? Será necessário deixar de ser jumento e transformar-se em piloto de Fórmula 1 para impressionar na avenida?As respostas não são tão óbvias assim. E elas nos convidam a todos, jumentinhos da rua e da avenida, a um humilde trabalho de reflexão. Este artigo é uma pequena contribuição no participar desse mutirão de repensar para refazer a igreja na cidade do nosso século[2].
[1] adj. que é contrário à cronologia, que não é conforme aos costumes a aos usos de uma época.[2] Esse artigo foi escrito por: Marcos Adoniram Monteiro e se encontra na obra: STEUERNAGEL, Valdir (Org.) A Missão da Igreja. Missão Editora, Belo Horizonte, pp. 165,166.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

"A Gaiola do pássaro tem lúz artificial"



Tal como o titulo nos diz esta peça é uma metáfora a nós, á sociedade e ao sistema.
Os nossos naturais valores são-nos camuflados por artificialidades, fazendo-nos esquecer que somos livres pássaros para voar mas que estamos dentro de uma gaiola...
Por Valdécio Gama

sábado, 6 de setembro de 2008

Veja o lado bom das más noticias

“Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Salmos 119:71). Ninguém gosta da dor. Contudo o salmista tinha uma atitude positiva de fé que o capacitou a lidar com as circunstâncias dolorosas. Ele não disfarçou a realidade mas a viu de maneira otimista e se mostrou bem positiva ao enfrentar seus problemas. As notícias más de ter que agüentar o problema deram-lhe uma oportunidade para aprender a verdade de Deus. Nós precisamos cultivar esta atitude nestas épocas difíceis. As coisas que são difíceis de agüentar podem ser proveitosas para recordar.
A boa notícia da Bíblia é, apesar dos problemas deste mundo e das falhas do homem, a verdade encorajadora que Deus pode trazer o bem do mal. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Se amarmos a Deus de modo supremo, teremos a confianção que a vontade dele é levar seus filhos fiéis para o céu. Lá a alegria e êxtase eternas esperam-nos. Todas as lágrimas e tristezas são esquecidas para sempre (Apocalipse 21:3-7; 22:3-5)!
1. A Realidade do Inferno Pode nos Despertar. Como o inferno pode ser uma notícia boa? João Batista pregou sobre o julgamento final de Cristo: “A sua pá, ele a tem na mão, para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível. Assim, pois, com muitas outras exortações anunciava o evangelho ao povo” (Lucas 3:17-18). Os salvos são mantidos como o bom trigo. Os perdidos são separados e punidos como a palha queimada e sem valor. A Bíblia ensina claramente a realidade da punição horrível do inferno (Marcos 9:43-48). A má notícia da realidade do inferno é parte do evangelho (a boa nova da salvação do pecado)! Se não houvesse pecado, não poderia haver salvação (libertação do pecado). Nós apreciamos verdadeiramente a graça salvadora de Deus na luz da ira terrível da justiça de Deus! A convicção do pecado e o reconhecimento da ira de Deus podem motivar a alma ainda sensível do perdido a buscar a misericórdia de Deus em Cristo (Atos 2:36-38; 8:20-24). O homem tem que reconhecer que há más notícias sem Cristo para que aprecie a boa notícia de Cristo.
2. O Poder de Cristo Pode nos Ajudar.“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Jesus incentivou seus discípulos desanimados, chateados com sua partida, com palavras da esperança e do conforto. Jesus nosso Senhor é maior do que qualquer problema que nós enfrentarmos. Podemos conseguir, porque ele conseguiu! O mundo encontra-se na escuridão. Em vez de amaldiçoar a escuridão ou sentirmos pena de nós mesmos, podemos ser uma luz aos outros do poder transformador do evangelho (Filipenses 2:14-16). A verdade divina é mais forte do que o erro. O declínio e a deterioração do mundo ao nosso redor são uma oportunidade ótima para a luz de Cristo brilhar através de nós. Aquelas almas procurando ao nosso redor, sobrecarregadas com os problemas da vida e a futilidade do pecado, irão nos perguntar porque temos uma esperança tão edificante (1 Pedro 3:15). As pessoas estariam mais interessadas no evangelho se nós fôssemos mais interessantes. Os perdidos podem ser ganhos para Cristo!
3. A Oportunidade para a Fé nos Fortalecer. “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1:2-4). O profeta Tiago nos diz para não reclamarmos sobre nossos problemas como uma maldição. Nós devemos ver todas as sortes de problemas inquietantes que tentam nossa alma como uma oportunidade de fortalecer nossa fé! Nós só ficamos mais fortes exercitando nossos músculos da fé. Alguém chamou problemas de oportunidades disfarçadas. Enfrentar corretamente nossas provações é simplesmente aplicar o que dizemos, o que acreditamos. A má notícia da nossa tribulação é o controle de qualidade de Deus. Ele tem uma finalidade positiva para nosso bem a longo prazo. Testa a profundidade e a força de nossa fé. Deus permite que Satanás nos tente. Seu alvo hostil é derrotar-nos. O alvo aprimorado de Deus para permitir nossa provação é para que possamos superá-las! Como respondemos aos problemas nos diz algo sobre nós mesmos. Nossa reação é espelho de Deus para a condição de nossa alma. Nós tornamo-nos melhores, mais fortes e mais próximos de Deus quando enfrentamos corretamente as provações. Se não houvesse nenhuma provação, não poderia haver nenhum triunfo (Tiago 1:12)! Com ajuda de Deus, a má notícia de provações do mundo podem transformar-se em boas notícias do triunfo de Deus em qualquer crente. É provado que a fé é genuína e Deus é glorificado!
E agora, já se sente melhor?
– por W. Frank Walton

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

AMIZADE

Certa vez um soldado disse ao seu tenente:
-Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor, solicito permissão para ir buscá-lo.
-Permissão negada, replicou o oficial. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que provavelmente está morto.
O soldado, ignorando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso:
-Já tinha dito que ele estava morto!!! Agora eu perdi dois homens! Diga-me, valeu apena trazer um cadáver?
E o soldado moribundo, respondeu:
-Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e pode dizer:
-"Tinha certeza que você viria!!!"


Fonte: Ilustrações Vl-2,( Josué Gonçalves)

Em quem confiarás a tua defesa?

Nos escritos finais do apóstolo Paulo, um apelo é feito ao seu jovem “filho na fé”, Timóteo, para que venha logo a ele, antes que chegue o inverno. 2 Timóteo é uma carta pessoal e apaixonante de esperança preservada para todo o tempo, falando palavras de expectativa da vida de Paulo (especialmente o capítulo 4). Ele fala da sua morte pendente em termos de vitória, não de derrota. Ele busca colocar vários aspectos da sua vida em ordem, como pedir que Timóteo venha logo e traga Marcos, junto com a capa que ele deixou com Carpo em Trôade. Ele também solicita que Timóteo traga os seus livros e especialmente os pergaminhos.
Nestes momentos de reflexão, Paulo se lembra de que Alexandre o latoeiro lhe fez e deixa este assunto nas mãos de Deus. Tristemente, Paulo conta de quando ele apresentou a sua "primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram” (2Tm 4:16). Como estes pensamentos foram difíceis para Paulo enquanto ele ensaiava os eventos que levaram ao seu aprisionamento e morte pendente. Quando ele ficou para fazer a sua defesa diante dos homens, ele não tinha um amigo que permanecesse com ele. Ele permaneceu sozinho no julgamento da opinião mundana e apenas se ouviria as suas palavras.
Paulo sabia que quem permanecesse ao seu lado logo se encontraria no mesmo lugar que ele se encontrava naquele momento. Ninguém tinha a coragem de enfrentar o julgamento que ele enfrentava nem as conseqüências da sua pregação. Foi abandonado, e deixado para defender o seu próprio nome. Entristeceu grandemente o seu coração a falta de uma mão humana para segurar firmemente ou uma voz suave e reconfortante para dar confiança. Poderia ter se lembrado dos tempos maravilhosos em Filipo quando, jogado na cela com os pés acorrentados, ele e Silas oraram juntos e cantaram hinos a Deus–juntos.
Na sua primeira defesa não havia ninguém, pois todos o haviam desertado. Porém ele sabia que as vidas daqueles que o abandonaram ainda estavam sendo influenciadas pelo evangelho de Jesus Cristo. Paulo era um homem mais velho de sabedoria e compreensão maior do espírito humano. Sabia daqueles que o abandonaram pela sua fraqueza e das suas necessidades perante Deus. Não tinha um espírito de vingança em relação a eles, mas em humildade pede pelas bênçãos do Senhor sobre eles. “Que isto lhes não seja imputado.” (2Tm 4:16 ).
A cena de Paulo é um espelho de tantos que se encontraram sofrendo por Cristo e sofrendo sozinhos. O exemplo de Jesus é colocado diante daqueles que desejam segui-lo e levarem as suas cruzes. Jesus disse em João 16:32: “Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo.” Como o seu Senhor, Paulo sabia que, quando ninguém permanecesse com ele, Deus sempre estaria lá. Ele escreve: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ELE, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (4:17-18)
Nas nossas lutas diárias podemos ser abandonados por todos os homens e ninguém permanecerá conosco. Podemos nos encontrar sozinhos, lutando como a única pessoa no mundo que busca fazer o que é certo. A nossa recompensa não vem da presença dos nossos amigos, mas da presença do nosso Deus. Muitas vezes abandonamos os outros quando deveríamos estar mais fortes. Como Paulo orou por aqueles que o deixaram, nós também devemos crescer em força e coragem para enfrentar as dificuldades da vida. Lembrem de como somos importantes um para com o outro e de como precisamos permanecer com outros pela causa de Cristo. Quando tudo estiver dito e feito, poderemos lembrar das palavras do nosso Deus: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13:5-6).

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

LIVRE

Livre!
Ser livre da matéria escrava,
Arrancar os grilhões que nos flagelam livre,
penetrar nos Dons que selam A alma e lhe emprestam toda a etérea lava.Livre da humana, da terrestre bava .
Dos corações daninhos que regelam Quando os nossos sentidos se rebelam Contra a Infâmia bifronte que deprava.
Livre! bem livre para andar mais puro,Mais junto à Natureza e mais seguro
Do seu amor, de todas as justiças.
Livre! para sentir a Natureza,Para gozar, na universal Grandeza,Fecundas e arcangélicas preguiças.


Cruz e Souza